segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria

Todas as vidas se vão, mas ninguém espera isso dos 17 aos 30, em uma boate curtindo a vida.
A gente imagina uma doença, um mau súbito, um acidente de carro, um assalto, ou qualquer outra coisa que envolva dor antes do fato consumado.
Eu tenho 19 anos e uma sede incessante por diversão, noite e viagens, poderia ser eu ou qualquer uma das pessoas que eu amo, estaríamos lá buscando pela nossa diversão, quando tudo iria desmoronar, quando os sorrisos se transformariam em gritos, quando nos daríamos conta de que seria necessário deixar pessoas morrerem ali, ao nosso lado debaixo de nossos pés, por causa de nossos pés, para que pudéssemos sair pra chorar a dor da perda, pra tomar fôlego e voltar para tentar ajudar, com um fio de esperança de que todos ficassem bem.
Mas foram 233 pessoas que não tiveram a chance de sair pra chorar a perda de alguém, foram casais, amigos, irmãos, que morreram juntos e levaram todo o Brasil ao cenário desolador de um enterro, quem não se sentiu morto ali? Quem não se viu entre os mortos? Poucos, talvez nenhum, somente os insensíveis que se preocupam em lançar comentários maldosos, transformado a situação como um modismo, criticando as pessoas por escreverem palavras, sendo que palavras são só o que a maioria das pessoas possuem nesse momento, pra externar a própria dor, para confortar as dores alheias.
E só resta pedir pelas almas que se foram, e ter fé de que nunca mais algo assim volte a acontecer.

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